Boa leitura a todos!!
FRENTE A FRENTE COM O INIMIGO - COMPULSÃO ALIMENTAR
GULA X COMPULSÃO ALIMENTAR
Gula é aquela bola de sorvete a mais, uma tentação que todos podem se permitir, de vez em quando. Já a compulsão é puro descontrole. “A pessoa não mastiga direito, nem sente o gosto do que está comendo. O binge não é prazeroso”, explica a psicanalista. Movido por questões emocionais e não por fome, o compulsivo está tentando engolir outros problemas. Em geral, não se satisfaz e tem a impressão de ser um saco sem fundo; come para aliviar a angústia e, na maioria das vezes, prefere os doces. “Compulsão é quando encobrimos nossa ansiedade, frustração, medo, euforia ou tensão com uma camada de chantilly”, diz Marcelo Kessler, assistente social especializado no tratamento da obesidade e um dos autores do livro “Emagreça Mudando o Corpo e a Cabeça” (Editora Record, 158 págs.).
FEBRE DE CHOCOLATE O leite condensado é um dos principais alvos de ataque na hora da compulsão, mas o chocolate em forma de bolos, bombons ou barras é imbatível. "Chocolate alivia a depressão, porque estimula a produção de serotonina, substância do cérebro ligada à sensação de prazer", explica Eliana Raposo T. Mendes, psicanalista especializada em distúrbios alimentares, de São Paulo. Quando cede a essa compulsão a pessoa exagera na dose e raramente mistura alimentos diferentes. Na prática, a maioria só come doces. |
Esse transtorno pode ser a ponta de um grande iceberg, a depressão, envolvendo uma série de aspectos emocionais e fisiológicos. Isso explica por que algumas pessoas são vítimas da compulsão alimentar em determinadas situações de vida e prova que não basta mudar o cardápio, tem de tratar da ansiedade. “É preciso aprender a lidar com ela: na terapia, a pessoa vai identificar os conflitos que detonam esse comportamento compulsivo e pode conquistar autonomia em relação à sua própria ansiedade, sem ficar à mercê da compulsão”, explica Eliana.
Segundo o psiquiatra Adriano Segal, também há que se levar em conta os motivos fisiológicos - os regimes repetidos e os muito restritivos também podem provocar o transtorno. “Dietas milagrosas e desequilibradas do ponto de vista nutricional somadas a hábitos errados, como jejuns de mais de quatro horas de duração, favorecem o aparecimento do “binge”, diz o médico, defensor da reeducação alimentar como o primeiro passo do tratamento.
Binge: comer compulsivo COMPULSÃO POR CHOCOLATE E DOCES (“CRAVING”)
Uma das alterações de comportamento alimentar que mais atrapalham o processo de emagrecimento é a “necessidade” relatada pelos pacientes por chocolate ou doces. Tecnicamente, essa “vontade” é conhecida por CRAVING, em analogia à busca ansiosa por uma substancia em particular.
É caracterizado por um ataque súbito, irresistível para comer com urgência um alimento em particular, fora das refeições, habitualmente chocolate, doces, sorvete ou outros alimentos ricos em carboidratos e gorduras. A pessoa sente grande ansiedade e vontade irrefreável de ingerir aquele alimento. Ao fazê-lo, obtém alivio momentâneo e, se estiver em processo de emagrecimento, esse breve alivio é seguido de culpa, que reforça a ansiedade, que leva a comer de novo, em círculos viciosos. O CRAVING deve ser visto do ponto de vista físico e psicológico. Grande parte das calorias do chocolate provém de carboidratos, que interfere na produção de serotonina, neurotransmissor que modula o sistema nervoso. Outra porção provém da gordura, que elevaria os níveis de endorfina, substância que produz prazer e alivia a tensão. Além da presença de cafeína e da teobromina (componente do cacau), o chocolate contém feniletilamina, que eleva a produção de endorfina.
Só que essa reação bioquímica é imediata e se processa com pequenas quantidades de chocolate. Se a pessoa está em processo de emagrecimento, provém a culpa e a ansiedade como conseqüência de ter comido, a sensação de descontrole, o medo de “ter estragado tudo” e esse novo desconforto leva a um ato compulsivo.
A maioria das pessoas associa o chocolate, os doces, sorvetes a momentos felizes de suas vidas e, em situações de desconforto interno, ansiedade, stress ou depressão pode voltar-se automaticamente para esse lenitivo. O alimento, desde a mais tenra idade, constitui o primeiro ansiolítico e antidepressivo . Quando o bebe chora, esperneia por fome, raiva, dor ou o que quer que seja, é tratado com leite materno ou mamadeira, mais acalanto e calor do corpo da mãe. Essa associação cria um “atalho” cerebral a nível emocional muito precoce e poderosa (não esqueçamos que no período de amamentação o cérebro emocional está formado, mas o racional ainda não) e que poderá ser indevidamente disparada, movida, talvez, por fragmentos de estímulos, longinquamente semelhantes à situação original, e dos quais não temos acesso racional. Estímulos internos subliminares de desconforto levam a esses alimentos que aliviam provisoriamente esse mal estar e “solidificam” essa antiga associação. Alguns “chocólatras” que necessitam emagrecer entram em depressão quando o chocolate é suprimido e abandonam a dieta, razão pela quais muitas nutricionistas incluem pequenas porções na reeducação alimentar.
CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO DAS PESSOAS COM TRANSTORNOS ALIMENTARES
Habitualmente pessoas com T.A. apresentam baixa auto-estima, sentimentos de desesperança e pavor de tornarem-se gordas. Os T.A. desenvolvem-se como uma maneira inadequada de lidar com stress e ansiedade.
EMAGRECIMENTO
Comida não é solução para problemas emocionais! Deixar de comer também não! Emagrecimento deve supor saúde, bem estar e respeito ao biotipo e à individualidade de cada uma! É possível sim ter um peso que a deixe bonita e elegante! Procure um peso viável que lhe permita curtir a vida e não morrer por ele! Se você come ou deixa de comer por ansiedade trate essa ansiedade!
O MISTERIOSO “DESEJO” DE COMER
De repente, sem fome, a pessoa sente um impulso incontrolável e ingere uma grande quantidade de comida em curto período de tempo. O faz muito depressa, quase sem mastigar, na maioria das vezes às escondidas e é tomada de sensação de falta de controle sobre e o quanto come. Habitualmente o faz até sentir-se empanturrada, cansada ou pela presença súbita de outra pessoa. Depois se sente culpada, arrependida, ansiosa e sem autoconfiança. A quantidade de comida ingerida é variável de pessoa para pessoa. Contudo há a presença de um sentimento comum: a de falta de controle! E na compulsão a sensação de falta de controle é pior que a ausência do mesmo. Um brigadeiro, ingerido nestas condições, leva à barra de chocolate e a um sofrimento muito grande. Muitas dietas terminam aqui... A pessoa pode sentir vergonha ou inibição de dizer ao médico, que, na ausência de perda de peso, poderá “apertar” mais a dieta e os efeitos serão, justamente, piorar o quadro, levando a pessoa a outros ataques de comer. Dietas muito restritas levam ao aumento da incidência. Pessoas compulsivas são muito mais vulneráveis à depressão, ansiedade e ao stress. Comem para “sanar” os efeitos desses sentimentos negativos. Tem dificuldade para “ler” e identificar suas emoções, confundindo-as com fome. Habitualmente, são pouco assertivas, têm dificuldades de relacionamento afetivo e de resolução de problemas. A psicoterapia deverá identificar e tratar os outros fatores, fora a fome, que levam a pessoa a comer. O objetivo deve ser levá-la a substituir a comida por soluções mais adequadas e adaptativas para suas emoções negativas. Trazer a comida para sua função real. Identificar se o excesso de comida tem alguma função inconsciente na vida da pessoa. O emagrecimento virá como conseqüência do controle dos “ataques de comer”.
COMPULSÃO ALIMENTAR : TAMBÉM UMA SENSAÇÃO
A compulsão alimentar ou episódios de comer compulsivo, por definição, consiste na “ingestão de uma grande quantidade de comida em período curto de tempo”. Essa quantidade é definida como “definitivamente superior do que a maioria das pessoas conseguiria comer durante um período de tempo igual e sob circunstâncias similares”. Mas, a característica básica dos episódios compulsivos é a presença da sensação de falta de controle sobre o que e o quanto come. Por exemplo, uma pessoa que vá a um rodízio de carne ou pizza, ou a uma feijoada, o faz por prazer e consciente de que irá comer mais, bem além do limite de saciedade. Sabe que é uma circunstância atípica e antes, durante e depois não é acometida de pensamentos, sensações e emoções negativas. O que difere da compulsão alimentar? Em nosso amigo que foi ao rodízio a lambança alimentar não contaminou o comportamento futuro. Fica restrito àquele episódio. Na compulsão alimentar, se a pessoa sentir a sensação de falta de controle, mesmo que não tenha exagerado na alimentação, aciona o gatilho de outros episódios compulsivos. Quando come um único brigadeiro e sente que perdeu o controle, estando em dieta, por exemplo, essa sensação desencadeia uma gama de emoções e pensamentos que o leva de novo ao prato e a outros episódios, aí sim, autênticas orgias alimentares. Na clínica podemos observar que muitas pessoas que precisam emagrecer e tem o problema trabalham mentalmente no “tudo ou nada”. Caso comam um bombom devoram a caixa toda e mais. Ou estão em uma dieta drástica, ou se excedem copiosamente. Perdido por um... O glutão para de comer e não pensa mais em comida por algum tempo. O compulsivo para de comer e continua pensando em comida. Arrependido , jura não maiôs fazê-lo, até o próximo episódio. Os sentimentos narrados pelos compulsivos são muito diferentes do comilão não compulsivo. Durante a comilança, compulsivos alimentares e bulímicos referem confusão de sentimentos, vontade de comer tudo o que vem pela frente, sensação de fraqueza e muita ansiedade. Terminado o episódio compulsivo os sentimentos são de raiva, tristeza, sensação de fracasso, arrependimento e culpa. É necessário considerar, mais que o conceito de compulsão, a pessoa que a apresenta. O que ela avalia como excesso, o que sente antes, durante e depois desses episódios. E a reação a essa sensação.
OUTRAS ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
É fundamental que estejamos atentos para o fato de que a presença dos “ataques de comer” dos episódios compulsivos são a principal causa de abandono de tratamentos e dietas para emagrecer. Muitos pacientes, após um episódio ou a repetição dos mesmos, sentem-se culpados, deprimidos, impotentes diante de uma força que lhes foge ao controle, tendo sua autoconfiança solapada. Sentindo-se desconfortáveis e inadequados, interrompem o tratamento. Para atenuar a própria culpa, projetam-na no profissional que os atende e que “não resolveu” o problema . Ganham peso, amargor, procuram outros profissionais em que, inicialmente, depositam a esperança do milagre. O ciclo se repete , vem a desistência e mais um profissional é “riscado” da lista...De fracasso em fracasso, vai acumulando amargura, ansiedade, desamparo e cronificando seu calvário... Se a compulsão alimentar estiver presente e não for tratada INVIABILIZARÁ os esforços do paciente no sentido de emagrecer. Não é mais um “problema de dieta”! Mas da tal “força” que vem e o leva a fazer justamente aquilo que sabe que não deveria...COMER SEM FOME.
Outras alterações do comportamento alimentar são autênticos entraves ao comportamento nutricional:
- Transtorno do Comer Noturno : A pessoa ingere mais de 50% das calorias Após a última refeição. Come compulsivamente à noite, tem insônia e amanhece sem fome, permanecendo assim pela manhã. Este quadro é mais freqüente em homens.
- “Craving”: “Urgência” para certos alimentos. A pessoa sente uma necessidade irrefreável de comer um determinado tipo de alimento ou um alimento específico. Apresenta uma ansiedade crescente antes dos episódios e alívio depois. É um “ataque de comer seletivo”.
- “Wibling”: Beliscar entre as refeições. A pessoa come sem fome entre as refeições, servindo-se de pequenas quantidades de comida. Narra estes episódios como “prazeroso”.
- Ataque de comer parcial : Episódio semelhante ao ataque de comer, mas que não preencha todos os requisitos para compulsão alimentar
- Ataque de comer parcial : Episódio semelhante ao ataque de comer, mas que não preencha todos os requisitos para compulsão alimentar
- Transtorno do Comer Compulsivo : Ingestão de uma grande quantidade de comida num período curto de tempo, com sentimento de falta de controle sobre o que e o quanto come, com sentimentos de culpa, vergonha, auto depreciação, podendo ingerir o alimento às escondidas e apresentando publicamente comportamento alimentar adequado.
Os comedores compulsivos comem quando não estão com fome. Qualquer emoção mais forte, negativa ou positiva, provoca uma reação de aproximação da comida. Comem quando estão tristes, alegres, com raiva, solitários, deprimidos, excitados ou diante de qualquer outra emoção ou situação. Sentem-se compelidos a comer.
Alguns autores questionam se o benefício do comedor compulsivo não seria o afastamento de sua real problemática. Muitos comedores compulsivos parecem mais preocupados com o emagrecimento do que em tornarem-se magros. Num certo aspecto ficam mais preocupados com o ato compulsivo em si, do que com os fatores de stress ou ansiedade que o geraram. A mulher insatisfeita sexualmente volta-se para a comida e, mais que enfrentar sua problemática sexual, passa a preocupar-se com a compulsão alimentar que, sob este prisma, pode ser vista como um mecanismo de enfrentamento inadequado de situações problemas. O comportamento do compulsivo repete-se e perpetua-se em ciclos viciosos: após comer, abomina esse comportamento e, com isso, aumentam o stress e a situação de ansiedade que o levam de volta à comida.A intensidade dos excessos é diretamente proporcional ao grau de comprometimento da auto-estima.
Contudo, nem todo comedor compulsivo se excede. Existem aqueles que comem mais, com maior freqüência, que criam hábitos alimentares diversos e não motivados pela fome, como comer alguma coisa toda vez que passam pela cozinha. O determinante é o comer na ausência de fome. Outros não diferenciam outras sensações daquela da fome.Nem todo comedor compulsivo é, necessariamente, gordo. Exemplo disto são as modelos com peso clínico muito baixo, que comem freqüentemente “a mais” em situações de ansiedade e pela dieta quase crônica a que muitas se submetem. Muitas “saem do padrão” necessário ao exercício da profissão, sem tornarem-se gordas. Excessos compulsivos são documentados em “todos os pesos”.Estudos com jovens universitárias e com modelos femininos levantam alguns fatores preditivos da intensidade dos excessos: maior preocupação com alimento, dieta, busca da silhueta ideal, medo de perder o controle, insatisfação com a imagem corporal, inclusive por má avaliação da auto-imagem, autoestima ou autoimagem diminuídas e maior grau de stress e ansiedade.
O comedor compulsivo estabelece o alimento como “solução de problemas” ou redutor de tensão. Passa a utilizar a comida com “lenitivo” para sensações desagradáveis tão logo elas apareçam, mesmo num limiar muito baixo para serem percebidas e identificáveis com clareza. Um “sinal desagradável” leva automaticamente ao prato! Foi estabelecida uma ligação muito forte comida-segurança!
Acresce ao problema as pessoas que fazem “dieta crônica”. Apresentam uma “fome subliminar” latente, passível de ativação ao mínimo estímulo. Ao fazerem o que abominam, comer, desenvolve-se a culpa, que reforça a ansiedade, que leva de volta à comida... Outros apresentam uma “filosofia dietética” que consiste em submeter-se a rigorosas dietas para permitirem-se “comer tudo o que quiserem” logo depois e, em seguida passarem a nova e rigorosa dieta. Haverá, evidentemente, uma vulnerabilidade aumentada pela alternância “comer tudo o que quer” X “dieta apertada”.
O desconhecimento ou a inaceitação do próprio biotipo, a busca de ideais de beleza irreais, incompatíveis com as características individuais são cruciais na formulação da avaliação errônea da auto-imagem. Uma garota que tenha ossos grandes, músculos bem desenvolvidos, pode, erroneamente, avaliar-se “gorda” mesmo estando muito magra e se estiver com baixa auto-estima poderá querer “emagrecer” visando um ideal de beleza desvinculado de um escrutínio mais ponderado. Ou achar que o “ideal de beleza” é tudo aquilo que ela não é, ignorando a própria identidade estética...
O que sente o compulsivo? Diante de uma situação emocional que não identifica, refere urgência em comer, “angústia”, “aflição” e “não vê a hora de comer”.
VOCÊ, DIANTE DA “VONTADE DE COMER”
“O que eu faço quando me dá aquela vontade de comer e assaltar a geladeira?” Com certeza, essa é uma das perguntas mais freqüentes que ouvimos de um paciente que precisa emagrecer. Tudo ia bem, a dieta era personalizada, agradável, aí... Aquela vontade apareceu, si lá de onde e...lá se foi mais uma dieta...O que fazer ? Existem “dicas” práticas para quando estivermos diante “dela”?
Controlar essa vontade é adquirir a capacidade de escolha de formas de comportamentos alternativos ao comportamento de comer. Não se trata de “forçar” a pessoa a não comer, mas desenvolver-lhe a capacidade de escolha. Ela irá seguir ou não o impulso. Escolherá entre uma gratificação imediata, comer, e uma recompensa em médio prazo, ser magra e saudável. O autocontrole desta vontade “irrefreável” de comer visa desenvolver a resistência à tentação e a persistência frente à adversidade. É A COMIDA QUE A CONTROLA? VAMOS INVERTER, CONTROLAR A COMIDA E EMAGRECER? A PRIMEIRA DICA É: GANHE TEMPO! COLOQUE ALGUMA ETAPA, TAREFA, ATIVIDADE PRAZEIROSA ENTRE O IMPULSO E A RESPOSTA! Exemplo: Márcia tem 19 anos e é bastante hábil em artes plásticas. Diz que quando trabalha com argila ou pintura “esquece da vida”. Por que não ir direto para seu atelier tão logo sinta ”vontade de comer”?
A vontade de comer é uma reação automática, não refletida ou raciocinada. Quem a tem, tão logo se sinta ansioso, irá para a comida como sendo a única opção, sem pensar, como fazemos quando dirigimos um carro. Realizamos trocas de marchas, aceleramos e freamos “sem pensar”.É um hábito interiorizado, adquirido e utilizado automaticamente, como quando nos utilizamos as regras gramaticais para nos expressarmos corretamente, sem pensar que elas existem.Para que haja o “descondicionamento” deste hábito ele deverá ser decomposto
1. IDENTIFIQUE OS PRIMEIROS SINAIS DE PERIGO ANTES QUE SE CONVERTAM EM COMIDA – Através do registro de seu comportamento a pessoa anotará as sensações, situações, pensamentos, se está só ou acompanhada, o dia e a hora em que os sinais aparecem, o que a faz pensar em ir comer. O que sente, o que pensa e o que faz. O simples fato de anotar é a primeira forma de adiamento da gratificação, além de trazer informações importantes e relações entre situações diversas e o comportamento alimentar que a pessoa desconhecia.
A primeira descoberta, nem sempre tão óbvia, é que não é a fome o estopim para a comida. Comumente ansiedade, stress, tristeza, preocupação, dificuldades interpessoais, de resolução de problemas, pensamentos desagradáveis, pessimismo, desesperança, baixa auto-estima, preocupação com dietas, ócio, hábitos adquiridos e outros são identificados . Uma primeira pergunta que a pessoa fará a si própria é “É FOME?”
A primeira descoberta, nem sempre tão óbvia, é que não é a fome o estopim para a comida. Comumente ansiedade, stress, tristeza, preocupação, dificuldades interpessoais, de resolução de problemas, pensamentos desagradáveis, pessimismo, desesperança, baixa auto-estima, preocupação com dietas, ócio, hábitos adquiridos e outros são identificados . Uma primeira pergunta que a pessoa fará a si própria é “É FOME?”
2. INIBIÇÃO DA RESPOSTA AUTOMÁTICA – Identificado o primeiro sinal, a pessoa deverá lembra-se de questionar esse impulso, deverá tentar raciocinar dentro do processo. Explorar os pós e contras de “comer sem fome”. Quais as vantagens de ceder? E os prejuízos? Que outras coisas poderia fazer, fora comer? Se necessário, valer-se de lembretes colocados em local de fácil acesso.A finalidade é ir acostumando-se a um retardamento da gratificação, um ganho de tempo que permite o questionamento: “conversar consigo próprio”. Se o “diálogo interno” anterior era “estou ansiosa então vou comer” (embora automatizado), agora deverá ser “estou ansiosa e devo solucionar esta ansiedade de outra maneira e não comendo”. Quais as outras possibilidades? Muitas vezes, o simples decurso de tempo faz com que o impulso de comer enfraqueça ou desapareça!
3. GERAR ALTERNATIVAS- “O que eu poderia fazer em lugar de comer?” Deverá ser perguntado a si próprio. O maior número de alternativas possíveis deverão se geradas, sem críticas. A quantidade fará a qualidade e a escolha será efetivada depois. A alternativa deverá ser prazerosa! É fundamental! “Eu poderia visitar um amigo, fazer exercícios físicos, ir ao cinema, fazer uma caminhada, mexer com argila, etc”.
4. SELECIONAR AS ALTERNATIVAS- Examinar a viabilidade de cada uma. “Meu amigo não estará em casa, mas quem sabe digito um trabalho no computador”. Identificar medos ou inibições que bloqueiam alternativas promissoras. “Porque receio fazer aquilo que sei que deveria fazer? O que poderia acontecer? Quais seriam as consequências?” “Porque não quero caminhar se eu sei que me fará bem? Do que estou com medo?” Questionar a resistência em fazê-lo!
5.COLOCAR EM PRÁTICA A ALTERNATIVA ESCOLHIDA
6. AVALIAR OS RESULTADOS - Foi efetivo? Caminhar (ou outra alternativa) tirou-me da comida? Se a alternativa não foi efetiva, escolher outra, até que se consiga o resultado desejado. É necessária vontade e paciência. Vamos relembrar: preocupe-se com o processo e não com o resultado. Este virá naturalmente.
Mas vamos a algumas outras dicas auxiliares: Não existem alimentos proibidos, mas quando você for comer anote! “Vou comer um chocolate”. Claro que, se o chocolate é um alimento de risco, você não o terá em casa. Deverá ir comprá-lo e apenas uma unidade pequena. Aí já ganhou algum tempo. Depois, espere 15 minutos e coma lentamente esse chocolate. Saboreie, faça como o fazem os degustadores de vinho: coma com todos os sentidos.
O método é gradativo, progressivo. A pessoa deve gratificar-se após cada etapa cumprida. Não desanime. O comportamento alimentar errôneo foi adquirido e automatizado ao longo do tempo. Você está modificando uma estrutura vigente há muito tempo e isto requer esforço. Cada deslize deverá ser encarado como uma oportunidade para aprendizagem. Pode parecer algo artificial no começo, mas a pessoa vai automatizando as soluções! Vai mudando o diálogo interno, enquanto dentro da terapia, vai trabalhando e buscando soluções para os fatores quer a levavam a comer erroneamente. Emagrecer desta forma poderá parecer mais “lento”, porém os resultados serão individuais e sob medida para aquela pessoa e, portanto, muito mais duráveis!
CABEÇA MAGRA X CABEÇA GORDA
Comi um pedaço de bolo no trabalho. Era aniversário de uma colega. De cara pensei “está tudo perdido!” “Vou estragar minha dieta!”. Saí do escritório, passei em um supermercado e comprei doces e sorvetes. Afinal, “perdido por um...” Em casa, devorei tudo isso e muito mais. Dor, culpa, arrependimento e...mais comida. Final de mais uma dieta! Mais uma frustração, auto-estima lá em baixo! (Depoimento de Maria Lucia, 28 anos).
Esse relato, típico de pessoa com compulsão alimentar, revela o lado “gordo” de nossa amiga. Sua forma distorcida de avaliar a realidade a levou, como vem levando, a comportamentos errôneos em relação a seu peso, ao alimento. Pensamentos que refletem crenças errôneas, não questionadas.
Naturalmente todos os seus colegas comeram a fatia de bolo. Aqueles de “cabeça magra” voltaram a seu trabalho e não mais pensaram no assunto. Nem se iriam “compensar” deixando de comer isso ou aquilo na janta. Cada qual voltou para sua casa e tocou sua vida, inclusive em termos alimentares.
Qual a diferença entre eles e Maria Lucia?
Nela a perspectiva de comer um pedaço de bolo provocou, por experiências passadas, pensamentos automáticos distorcidos, do tipo “está tudo perdido”, “estraguei tudo” que a levaram a culpa e motivaram o descontrole.
Como poderia ter agido, se fosse possível voltar no tempo?
Seu comportamento está automatizado. Ela procede dessa forma sem perceber. Aceita, sem qualquer contestação, pensamentos distorcidos como verdadeiros sem sequer dar-se conta.
Enquanto não aprender a “desmontar” esse comportamento, será refém de situações desse tipo, por melhor que seja sua dieta. Lembre-se, pensamentos distorcidos geram comportamentos distorcidos e refletem crenças errôneas.
Neste caso é necessário identificar, estar atenta aos primeiros indícios desses pensamentos automáticos. Para isso devemos registrar os pensamentos da forma em que ocorrerem. Pergunte-se, “o que estou pensando agora?” “o que se passa em minha mente?” “... estraguei tudo!”, “está tudo perdido!”.
Após identificar esses pensamentos, questione-os. “Será que realmente estraguei tudo?” “Como posso justificar isso?” “Em que me baseio?” “Bem, comi um pedaço de bolo e acrescentei algumas calorias à minha dieta HOJE, mas, se eu parar agora, não terei estragado nada!” Pronto! Criamos ao menos a opção de nos comportarmos dessa ou daquela maneira! Colocamos a razão, a mediação entre o impulso e o ato de comer em si.
Procedendo desta forma, identificando, mediando e questionando esses pensamentos, eles serão substituídos por outros mais lógicos e que gerarão comportamentos mais adaptativos. Se não me sinto culpado de ter comido um pedaço de bolo, se compreendo que isso não é o caos, posso evitar o ataque de comer. A sensação de falta de controle leva à culpa. A culpa gera ansiedade. A ansiedade leva a comida, que leva à sensação de flat de controle, que leva à culpa, que leva à ansiedade, que leva... Esse ciclo pode e deve ser interrompido questionando-se sua origem: formas errôneas de avaliar a realidade.
No começo do “desmanche” desse comportamento preocupe-se com o processo, não com o resultado. Este virá como conseqüência. Erros deverão ser vistos como oportunidade de aprendizado, não como fracassos.
- A pessoa sente “urgência” em comer, um impulso incontrolável que ocorre contra a vontade e apesar dos sinceros propósitos da pessoa em se controlar.
- Em público, muitos compulsivos apresentam comportamento alimentar normal, inclusive utilizando alimentos diet.
- Algumas pessoas são pegas de surpresa pelo “binge”, outras o planejam cuidadosamente.
- Costuma-se dizer que o compulsivo por alimento confunde outras emoções com a fome e que a compulsão alimentar é uma maneira inadequada de lidar com as emoções.
O QUE PROVOCA A COMPULSÃO ALIMENTAR
É provocada por ansiedade, tensão, stress, dificuldades afetivas, depressão, baixa capacidade de resolver problemas do cotidiano, dificuldade de relacionamento interpessoal e dietas muito restritivas. O compulsivo come por qualquer emoção forte, mesmo as positivas, que ficam associadas como sinais que levam à comida automaticamente, sem que disso tenham consciência. O ponto central da compulsão alimentar é a baixa auto-estima.
Como atuam as dietas de emagrecimento na Compulsão Alimentar?
Em qualquer processo de emagrecimento, é fundamental a reorientação alimentar. Na compulsão, porém, o paciente não consegue mantê-la. Como é levado à comida por estímulos outros que a fome, mesmo as mais equilibradas, saborosas e individualizadas dietas são auto – sabotadas.
O que sente a pessoa que come compulsivamente?
Basicamente uma urgência em comer. Uma espécie de “aflição” ou desespero que o leva a procurar alívio na comida. Porém esse alívio é de curtíssima duração e esse impulso se repete, agora acrescentado da culpa, sensação de incapacidade e fracasso, depressão, prejudicando ainda mais a auto-estima. Alguns referem pensar o tempo todo em comer; outros começam e não conseguem parar.
O TEXTO A SEGUIR É DE FONTE DESCONHECIDA PELA AUTORA DO BLOG
Uma droga. Um vício em forma de bolos, tortas, arroz e biscoitos. A comida é uma inimiga e a cozinha, o caminho mais curto para se chegar ao fundo do poço. O mal tem nome: transtorno de compulsão alimentar. Faz vítimas, sem escolher: homens e mulheres, jovens ou não. O traço mais marcante dos comedores compulsivos é a ansiedade e a tendência à depressão. São pessoas com sentimento de culpa, remorso, vergonha e solidão. E não adianta recorrer a regimes radicais. O período de abstinência dura pouco, e um alimento tentador ou uma situação que mexa com as emoções pode desencadear a compulsão novamente. Desconhecer o que acontece é derrota quase certa na balança. Como não emagrece, cresce a ansiedade, que leva a novos ataques de comilança.
A ansiedade é um estado caracterizado por medo, apreensão, mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de si mesmo e, muito freqüentemente, pela sensação de que algo desagradável está para acontecer.
De um modo geral, ninguém come além do que precisa porque quer ou de maneira consciente. Comer além do necessário pode significar um descontrole. Esse descontrole pode estar ligado a outras questões da vida da pessoa, como por exemplo, a forma como administra suas finanças, o trabalho, as relações pessoais, etc. Lembrando que são idéias possíveis, não há regra para compreensão de cada ser humano. Apenas a própria pessoa é capaz de fazer uma analise correta de si própria ou um profissional adequado e especializado para tanto. As idéias desse texto têm o intuito de abrir a mente para reflexão, portanto, não deve servir de "manual". O ser humano é único e assim deve ser respeitado como tal. Afinal, cada um tem um histórico de vida, uma forma de se expressar e também de compreender o mundo a sua volta. Mas é possível uma analise geral que certamente abrirá portas na forma de se perceber. O inconsciente encontra caminhos "tortuosos" para realizar as necessidades básicas. Portanto, estar acima do peso pode ser reflexo de quando a pessoa não se sente segura, não sente que está equilibrada, percebe-se com auto-estima baixa, e, muitas vezes estar insatisfeita consigo e os quilos a mais podem representar uma barreira, uma forma de "proteção" no contato com o mundo exterior. Além disso, estar fora de forma, pode ser um sinônimo de descuido, um desleixo em relação as suas próprias necessidades, saúde, etc. Importante lembrar que a vaidade nem sempre é sinônimo de equilíbrio e bem estar, em excesso de cuidados, aprisiona a pessoa a um modelo de perfeição, muitas vezes, dificílimo de alcançar e que dirá de mantê-lo. O mais importante é estar satisfeito com o que se tem e quem se é. Se há necessidade de mudança, encontre caminhos adequados para tanto. É muito importante encontrar a felicidade no presente. É fundamental ter pequenos prazeres na vida, ter um sentido maior e dar sentido ao que se faz. Não se pode viver somente dos pequenos prazeres, como por exemplo, momentos de gula ou excesso de alimentos saborosos, mas não saudáveis. A vida deve ser equilibrada. Muitos estudiosos concordam que são vários os aspectos de equilíbrio na vida: saúde, família, relacionamentos, trabalho e ou estudo, ambiente físico (moradia), dinheiro, religião, desenvolvimento pessoal, etc. E você? Tem cuidado bem da sua vida? Se sim, mantenha suas ações, caso contrário, comece identificando onde está o problema e depois crie novos comportamentos satisfatórios.
“O início de um hábito é como um fio invisível, mas a cada vez que o repetimos, o ato reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna um enorme cabo, e nos prende de forma irremediável, no pensamento e ação.” Orison Swett Marden |