Bem-Vindo ao Blog A AutoCura para os Transtornos Alimentares

Construi este blog para estender a mão para as pessoas que sofrem com algum tipo de distúrbio alimentar. Posso afirmar que se trata de postagens de auto-ajuda, de muita auto-ajuda. Neste blog você encontrará muitas mensagens escritas por mim, e muitas outras de varios autores, cujas idéias me identifiquei. Caso eu publique algum texto ou imagem sua e você não quer que seja compartilhada, por favor entre em contato que imediatamente a retirarei, mas saiba que só publiquei porque gostei muito. Tenho muito o que dizer para você que sofre (e sei que é muito) com essa guerra com a balança e com os alimentos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

VICIOS

O que leva as pessoas a se drogarem?

 

Todos nós, em maior ou menor grau, carregamos uma inquietação interior. Muitas vezes chamamos essa inquietação de "ansiedade". Para algumas pessoas pode ser que essa inquietação não apareça tanto em forma de ansiedade, mas aparecerá na forma de algum outro desconforto qualquer: sensação de insegurança, tristeza, preocupação, medo e etc...
Nem sempre essas sensações são nítidas para nós, por que as carregamos por tanto tempo, que nos parece a maneira normal e natural de viver.
Prazeres momentâneos encobrem temporariamente esse sofrimento interior: comida, sexo, bebida, drogas, compras e outros são recursos que utilizamos para anestesiar um pouco essa incômodo que carregamos constantemente. Só que logo o prazer acaba, o efeito do anestésico passa, e precisamos de mais uma dose.
Atividades que exigem muito da nossa mente ou que absorvem a nossa atenção por completo desviam o nosso foco das sensações desconfortáveis que carregamos constantemente. Servem também como outra forma de nos anestesiar, e não entrar em contato com o sofrimento: Estudar demais, trabalhar em excesso, navegar na internet, jogos eletrônicos, televisão...
Esporte radicais e situações que provocam grande adrenalina também absorvem por completo nossa atenção e temporariamente ficamos ilusoriamente livres do sofrimento interior.
Observe que existem pessoas viciadas e compulsivas por todos os tipos de coisas: aposta, compras, drogas, trabalho, comida, exercícios, esportes radicais, televisão, internet, estudo, balada e etc... Todas essas coisas são utilizadas como um meio de sentir alívio temporário. O que nos vicia não é a atividade ou a droga em si, e sim, a sensação de bem estar que provoca momentaneamente. Se curarmos a causa real do vício, que é o sofrimento interior, deixamos de ter a necessidade do anestésico, pois não haverá mais nada a fugir. Ficamos viciados em mascarar o nosso desconforto, pois não sabemos como sentir alívio de outra forma.
Todo esse processo não é claro para a pessoa que está se utilizando desses métodos para se livrar do sofrimento. Parece que simplesmente dá uma vontade intensa de fazer algo e sem nenhuma razão aparente por trás. É como. por exemplo, uma vontade que pode bater a noite de comer um doce. O que nos levou a isso? Será fome? Não, muitas vezes já estamos bem alimentados. É o processo inconsciente de buscar um prazer para encobrir nossa inquietação interior. Em algum nível, todos nós utilizamos essas formas de fuga já citadas.
Ninguém se vicia por que foi influenciado por alguém. Uma pessoa que está em maior equilíbrio não será suscetível a esse tipo de influencia. E mesmo que resolva experimentar alguma droga, acabará não tendo muito interesse e não utilizará mais depois. As supostas influências só atingem aqueles que já estão realmente pré dispostos emocionalmente.
E do que é formado essa "ansiedade", "inquietação" ou sofrimento interior? É formado pelo acúmulo de sentimentos negativos: medos, preocupações, raiva, tristeza, abandono, rejeição, mágoas, culpa, solidão e etc... Acumulamos essas emoções ao longo da vida ao passarmos por diversas experiências negativas que nos deixam impregnados com sentimentos negativos.
Para que você tenha um exemplo claro do que é um "sentimento acumulado" é só pensar em algum evento passado que ainda causa desconforto emocional ao ser lembrado. Essa emoção que brota agora ao acessar a lembrança, é o resto do sentimento que foi gerado na época, e que não foi plenamente dissolvido ao longo do tempo, permanecendo em você até hoje. Imagine então quantas memórias existem dentro de nós com carga emocional, e o quanto isso pesa e contribui para o aumento do nosso sofrimento interior. E tudo normalmente acontece aos poucos, lentamente, sem a nossa percepção clara.
Todo e qualquer vício é uma busca inconsciente para se livrar dessa sensação incômoda que guardamos. Para eliminar o vício, é preciso eliminar as suas reais causas. Isso somente ocorre quando dissolvemos profundamente os sentimentos guardados.
Outro dia estava vendo na televisão sobre a "cracolândia" e as formas que o governo usa para lidar com o problema. A maioria delas miram nas consequências, como a repressão ao uso por exemplo. Todos aqueles que estão por lá são pessoas extremamente afetadas emocionalmente, quer elas tenham consciência disso ou não. E grande parte não tem consciência disso mesmo. Elas apenas sentem um impulso de usar a droga, e não tem noção de onde isso vem.
Mas é realmente um problema difícil de se resolver, porque a solução real passa pelo tratamento daquelas pessoas. É raro que o viciado tenha vontade de se tratar, e mesmo quando tem, os métodos de tratamento dificilmente tem um poder profundo de eliminação dos sentimentos negativos. A pessoa sai melhor, mas por dentro ainda guarda suas feridas emocionais e terá que se valer de esforço, e força de vontade para "combater" e reprimir o vício.
Por não ocorrer essa cura emocional profunda, o que vai acontecer com muitos, é a troca da válvula de escape. O alcoólatra deixa a bebida, e começa fumar. Ou começa a comer mais e engorda. Ou então precisa de antidepressivos.
Quando o trabalho emocional consegue realmente curar as feridas emocionais, a paz interior e os níveis de felicidade aumentam, e naturalmente aquele impulso de buscar algo externo simplesmente se extingue.
 
André Lima - EFT



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AUTOSSABOTAGEM

Autossabotagem e os ganhos secundários

 
 
 
 


Para cada situação negativa que mantemos na nossa vida, existem "ganhos secundários". São algumas aparentes vantagens que o nosso inconsciente encontra para nos manter em uma situação de sofrimento. Parece sem lógica, mas é assim que funciona. Vou explicar melhor o processo.


Atendi durante um tempo uma mulher que era advogada, funcionária pública concursada, que estava de licença médica por ter desenvolvido uma depressão. Durante os atendimentos, entre outras questões, ela relatou grande insatisfação com o trabalho dela, que desejava encontrar outra coisa, mas não sabia exatamente o que. Sentia muito medo de deixar a segurança do salário do emprego público. Pensava inclusive em trabalhar como terapeuta, mas ainda não tinha nenhum tipo de preparo. Era apenas um desejo por enquanto.

O estado depressivo foi rapidamente melhorando com o passar das sessões. E foi aí que surgiu um "problema". Ela sentia que uma parte dela não queria de forma alguma se curar, para não ter que voltar ao trabalho que a deixava tão insatisfeita. O medo de voltar era grande. A depressão trazia um ganho secundário de mantê-la afastada. Tivemos que aprofundar e trabalhar bastante esse medo para que isso não viesse a sabotar o seu progresso. Eu lembro que ela chegou a ficar muito bem, mas ainda precisava fazer mais sessões. Acabou não entrando mais em contato. Não sei depois se ela voltou a trabalhar.

Certa vez uma médica que foi aluna de um curso meu relatou o seguinte caso. Ela trabalhava em um posto de saúde e acompanhou um homem que sofria com turbeculose. Ele passou meses frequentando o posto e seguindo a risca o tratamento; acabou ficando curado. Depois que se curou, falou que surgiu uma tristeza e um vazio, por saber que não ia mais ter que ir ao posto de saúde e ter contato com as pessoas de lá. Ele se sentia cuidado.

Havia um ganho em se manter doente. Era certamente uma pessoa carente de atenção familiar. Em alguns casos a doença pode se prolongar por muito tempo, pois inconscientemente não queremos nos libertar dela por causa dos "benefícios" que ela nos trazem. É possível então que esse homem venha a desenvolver alguma outra doença para que possa ser novamente cuidado por alguém.

Esses são casos mais extremos de autossabotagem devido a ganhos secundários. Entretanto, isso não ocorre somente nesses casos mais intensos. Em maior ou menor grau, toda situação que negativa que não conseguimos nos libertar, nos traz algum ganho inconsciente. Esses ganhos as vezes podem ser fáceis de perceber, mas em outros casos podem ser tão estranhos e absurdos que nós não nos damos conta.

Lembro em um determinado momento da minha vida que percebi um pensamento muito sabotador na área profissional. Eu vinha crescendo bastante no trabalho como a EFT como terapeuta e professor da técnica, me libertando de um período de sete anos em que tive uma firma de engenharia que me trouxe enormes prejuízos. De repente me passou um pensamento: "e se eu realmente me livrar totalmente desses problemas financeiros e crescer a tal ponto de não ter mais que me preocupar com isso?". O que surgiu foi um sentimento de medo, um vazio, uma sensação de que eu ia ficar sem objetivo na vida.

Isso ocorreu por que durante anos da minha o meu maior sofrimento era tentar sair das dívidas, mas eu ficava cada mais atolado. O meu grande objetivo era acabar com isso. Minha mente era preenchida com essa "luta". Acabei me apegando a esse personagem que lutava eternamente e não conseguia nada. Resolver a questão financeira seria acabar com esse personagem com quem eu acabei gerando um senso de identificação. Mantê-lo me trazia um aparente ganho: ter um objetivo, uma vida preenchida, por mais doloroso que fosse.

É óbvio que eu poderia preencher a minha vida com coisas mais saudáveis. Mas o processo não é racional. Passa por uma lógica inconsciente que nos leva a uma grande autossabotagem.

Uma mulher que se relaciona com um homem que a trai constantemente, ou que bebe muito e é violento, tem sempre ganhos em se manter nessas situações. E são vários os possíveis ganhos vamos ver alguns:

- Ser vista como uma mártir, uma pessoa boa, compreensiva e até espiritualizada; ganhar atenção e reconhecimento por isso.

- Manter a identidade da vítima (apego ao personagem) e colocar a culpa do seu sofrimento no marido e dessa forma não assumir a responsabilidade de mudar. Assumir a responsabilidade pela própria vida é uma libertação, só traz benefícios. Só que o processo de transição de sair da vítima e cair na real pode ser bem doloroso. Além disso, a quem ela vai culpar se por acaso se separar e ainda assim não conseguir ser feliz?

- Com sua baixa autoestima (sentimentos de menos valia, não merecimento, devido a culpas e rejeições que vem acumulando na vida); ela tem desejos inconscientes de sofrer e se punir e esse relacionamento preenche essa necessidade

Vemos então que os ganhos secundários em manter um problema podem ser de diversos tipos: Receber reconhecimento e atenção; ser cuidado pela família; Tirar licença do trabalho e até se aposentar antes do tempo; manter um personagem ao qual estamos muito apegados inconscientemente; preencher a vida com uma causa; culpar os outros pela própria infelicidade e não ter que ver a sua parcela de responsabilidade; punir a si mesmo devido a baixa autoestima; e etc...

E você? Que situações difíceis você vem mantendo, e quais os possíveis ganhos inconscientes. Faça a pergunta para si mesmo, mantenha a mente aberta para o que pode surgir. Talvez você se espante com as respostas. Trazer isso a luz da consciência é super importante para se libertar.