- O mérito do resultado não está no tratamento em si, mas em você. Você é o componente mais importante do processo, é a melhor pessoa que existe para cuidar de si mesmo. As suas preferências alimentares e o seu histórico de vida são únicos. Respeite-se e encare o emagrecimento com dignidade. Saiba que você pode mudar, é capaz de reprogramar determinados comportamentos e alcançar o seu bem-estar.
- Se você decidir comer um “alimento proibido”, assuma a responsabilidade integralmente. Ao interpretar que você comeu determinado alimento, porque não pode resistir, você está transferindo aos alimentos um poder que eles não têm. Eles não podem obrigá-lo a comê-los.
- Associar dieta com castigo é por si só estressante: quem gosta de sofrer? A partir do momento que a dissociação é feita, as outras transformações se tornam mais fáceis. Assim, ao visualizar um alimento de que se gosta muito, evite o pensamento: “Eu adoraria comer tal alimento, mas não posso.” Troque-o por: “Eu posso comer o que quiser, mas eu decidi não o fazer.” Essa atitude vai ajudá-lo a dissociar restrição de sofrimento e leva-o a assumir a responsabilidade por sua escolha. Reconheça que tudo o que você comer ou deixar de comer foi por que você quis, ninguém o obrigou. Isso permitirá que você lide com os seus desejos e vontades sem fantasias. Você é livre para fazer as suas escolhas. É muito mais fácil adquirir controle alimentar, quando aprendemos a lidar honestamente com os nossos limites, sem desculpas ou justificativas. E, assim, se você de fato assumir a responsabilidade por suas escolhas, não vai encarar um descontrole alimentar como um desastre, mas como parte do aprendizado.
- Se você é capaz de imaginar com tal vivacidade determinada situação, a ponto de alterar a química do seu corpo e de antecipar a solução de um problema com fracasso, isso significa que você também é capaz de desenvolver a habilidade de antecipar a solução de um problema com sucesso e reverter a situação a seu favor. Tudo é uma questão de escolha.
ADMINISTRACÃO DA COMPULSÃO ALIMENTAR
· O uso de inibidores de apetite é ineficiente para combater as compulsões alimentares, porque, em geral, ocorrem quando não estamos com fome.
· A compulsão nos faz sentir vulneráveis, pois somos compelidos a repetir um ato contrário à nossa vontade. No caso, temos a impressão de que somos controlados pelos alimentos e nos sentimos escravizados. Agir contra a vontade abala a autoestima de qualquer pessoa: sentimo-nos fracos e envergonhados.
· Vergonha: esse sentimento é também responsável pela continuidade da compulsão. Como não é fácil admiti-la, tornou-se um tabu. Não se fala sobre compulsão alimentar abertamente e, o que é mais grave, ninguém assume. Não estou propondo que você conte para todos os seus amigos que em certos momentos se alimenta de forma compulsiva. Estou me referindo a admitir isso pra si mesmo. Negar o problema dá margem a crenças que não refletem a realidade, desencadeando mais solidão.
· A compulsão pode ser desencadeada por um agente estressor. Este não precisa ser algo forcosamente ruim, basta que desencadeie uma mudança qualquer em sua vida. Na verdade, nenhum acontecimento é bom ou ruim, tudo depende da forma como reagimos a ele.
· Se você decidir comer além dos limites, assuma essa responsabilidade sem desculpas. Jamais se critique! Não se considere um monstro por causa disso.